segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Praias de Nova Viçosa

Lugar Comum Praia urbana, point de jovens, de ondas fracas mornas, areia batida e branca, com verdes coqueirais. Uma das mais frequentadas pelos turistas e pela comunidade.

Pau Fincado Praia reta, situada no perímetro urbano, de ondas fracas e areia batidas. Uma das mais frequentadas, reúne barracas de petiscos e algum artesanato em madeira.

Pontal da Barra Praia urbana, point de jovens, de ondas fracas mornas, areia batida e branca, com verdes coqueirais. Uma das mais frequentadas pelos turistas e pela comunidade.

› Sabacuí Situada a 2 km da sede, possui água limpa e areia clara. Enseada de ondas mansas, extensa, com búzios sobre areia fina e solta. Encontro do rio Sabacuí com o mar, formando grandes depósitos de areia (dunas). Possui barracas que funcionam na alta temporada.

› Costa do Atlântico Praia deserta de ondas fortes, com muitos coqueiros, distante do centro urbano, refúgio de tartarugas marinhas. Boa para pesca do robalo e do camarã

Calendário de Festas

De 04/11/08 Até 09/11/08 Encontro da Melhor Idade em Nova Viçosa
De 18/07/08 Até 26/07/08 XV Festa da Baleia em Nova Viçosa
De 21/06/08 Até 24/06/08 Forró do Asfalto em Nova Viçosa
De 21/12/07 Até 05/02/08 Verão 2008 em Nova Viçosa
Em 17/11/07 Festa do Hawai em Nova Viçosa

Fonte: Secretaria Municipal de Turismo de Nova Viçosa e Comerciantes Não nos responsabilizamos por eventuais mudanças nesta programação

Frans Krajcberg um ilustre morador

Escultor de fama internacional, Frans Krajcberg é um ilustre morador de Nova Viçosa. A sua presença é motivo de grande orgulho para a população e de curiosidade para visitantes de todo o mundo. Avesso a vida urbana, e encantado com as belezas naturais da região desde a sua primeira visita, o artista resolveu nela fixar residência.Hoje, vive no Sítio Natura, a poucos quilômetros da sede do município, onde recebe quem quiser visitá-lo. A "Casa na Árvore", construída no topo de uma frondosa espécie nativa, à 12 metros do solo, transformou-se em grande atração para moradores e turistas, além da sua própria figura e da vasta obra composta de gravuras e relevos. O Artista realiza diversas das suas esculturas em árvores resultantes de queimadas, manifesta inquietação diante da devastação da natureza pelo homem, que "continua sem saber como aproveitar a floresta sem destruí-la." O seu desconforto ante essa realidade acaba resultando em fonte inspiradora para o trabalho, que traduz de forma tocante os seus sentimentos e o seu protesto. Toda a sua obra se constitui num grito pungente da natureza viva, ameaçada de morte."O Brasil, diz ele, cuja maior riqueza é a natureza, está próximo de se tornar um país de caatingas e cerrados, com exceção de alguns parques e monumentos ecológicos. Estamos próximos do completo esgotamento dos nossos recursos naturais." Este é o recado contido no seu livro Natura, um estudo fotográfico onde retrata as queimadas e a devastação, publicado simultaneamente com outro livro chamado Revolta, um registro da sua obra e biografia.

Fonte: I Guia Turístico e Cultural de Nova Viçosa

As baleias de Abrolhos

Fonte: Jornal de Uberaba.
No mês de julho, estivemos no arquipélago de Abrolhos, um parque nacional marinho, localizado no litoral sul da Bahia. Fomos ver as baleias jubarte, que nesta época do ano procuram os mares brasileiros para se procriarem e cuidarem dos filhotes, até poderem fazer sua longa viagem de volta à Antártica, onde encontram abundância de alimentos e onde permanecem por cerca de seis meses. Aqui, costumam ficar entre os meses de julho e novembro. Saímos bem cedo, manhã nublada e um vento frio soprando do sul, encrespando as águas do rio Caravelas. O movimento no cais, para uma cidade de vinte mil habitantes, era grande. Vários carros com placas de todo lugar do país estavam estacionados. Crianças e adultos animados encaravam a foz do rio de onde sairia o barco que nos conduziria ao mar, ao encontro das baleias. As pessoas, meio desajeitadas, entravam no barco e acomodavam-se. Uma moça simpática fazia uma espécie de chamada e dava algumas instruções. Um jovem agitado separava e conferia equipamentos de mergulho. Então, perguntou, indiscreto, quem iria fazer o “batismo” e eu logo pensei em São João Batista. O profeta foi para o deserto pregar, nós íamos ao mar e a intenção não era me converter, muito menos que alguém me afundasse nas águas frias do mar naquela manhã de terça-feira. Descobrimos que o batismo não era um ritual de purificação do corpo, mas a primeira vez de quem ia mergulhar. Não era o nosso caso e logo procuramos um lugar sossegado para enfrentar o balanço do mar sem muito enjôo.O barquinho partiu em direção a Abrolhos e o suspense era grande. A questão era saber quando avistaríamos as primeiras baleias, se é que iam aparecer. À medida que nos afastávamos da costa, o Sol brilhava com maior intensidade e o calor aumentava. Impressionante a cor azul esverdeada do mar da Bahia e a imensidão de água à nossa frente. Éramos uns trinta “avistadores de baleias”, devidamente armados com nossas máquinas fotográficas, umas mais sofisticadas, verdadeiros mísseis de longo alcance, outras mais simples, humildezinhas. Não obstante a atenção total ao nosso objetivo, as baleias, logo se destacaram os mais desinibidos, encarregando-se das perguntas de praxe: de onde vinham, o que faziam. Resultado da enquete: três alemães, uma francesa, um peruano e brasileiros de todos os cantos do país, principalmente de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, incluindo uma professora de Goiás. A viagem transcorria tranqüila até que um esguicho avistado no horizonte fez com que todos corressem até a murada esquerda do barco. Máquinas fotográficas a postos e a sensação de que, agora sim, a viagem tinha valido a pena. Eram as baleias, umas cinco ou seis, de tamanhos variados, mas bem grandes, confirmando nossas expectativas. Cruzaram o barco bem na nossa frente, num mergulho cadenciado, com a certeza de que não seriam importunadas.Ao meio-dia chegamos no arquipélago, onde desembarcamos e caminhamos ao lado de bonachões e estridentes atobás brancos, nadamos em águas claras repletas de corais no fundo, almoçamos e retornamos ao continente no fim da tarde, tendo chegado já noite escura. No caminho, tanto na ida quanto na volta, pudemos saciar nossa vontade de ver e conferir se as baleias estavam ali mesmo, cumprindo seu compromisso anual. Pensei no capitão Ahab e seu ódio mortal à Moby Dick, pensei nos japoneses e em sua desculpa esfarrapada para caçar esses animais tão bonitos e pacíficos, e nas pessoas que ali estavam, silenciosas e pensativas após um dia inteiro no mar, atrás de baleias para fotografar e admirar. Ainda bem que o mundo, as mentalidades e as atitudes mudam. Ainda bem!Renato Muniz Barretto de Carvalho é geógrafo e professor universitário em Uberaba.